Dia Mundial da Água

O dia 22 de março traz a celebração de um de nossos bens mais preciosos. A data marca o Dia Mundial da Água e é um convite à reflexão sobre a importância de cuidar desse recurso essencial para a vida de todos os seres. Tendo ciência de que o acesso à água, assim como a conservação de suas fontes, é elemento fundamental para que o agro paulista possa continuar se desenvolvendo, os Institutos de Pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, desenvolvem uma série de pesquisas voltadas à preservação e ao melhor aproveitamento do recurso no correr de toda a cadeia produtiva. Conheça algumas das iniciativas:

Qualidade da água e produção agrícola

O Instituto Biológico (IB-APTA) realiza análises de água quanto à presença de defensivos agrícolas, fertilizantes, coliformes termotolerantes e Escherichia coli em amostras de áreas agrícolas. Um dos focos das ações é o monitoramento da água de irrigação de hortaliças consumidas cruas, que tem padrões mais restritivos e pode impactar na segurança do alimento.

Outra iniciativa do IB, o projeto “Impactos Ambientais na Aplicação de Agrotóxicos em área Agrícola”, financiado pelo Fundo de Interesses Difusos-FID da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo no valor de R$ 2.246.596,52, tem como um de seus objetivos analisar resíduos de agroquímicos em água e verificar se o manejo das culturas agrícolas tem impacto nas águas superficiais e subterrâneas. O Instituto também mobiliza seus estudantes de pós-graduação que atuam no Centro de Pesquisa de Proteção Ambiental a se envolverem em atividades de educação ambiental sobre o tema.

Monitoramento da qualidade dos rios

A APTA Regional de Adamantina participou do desenvolvimento do projeto “Qualidade das águas do rio Aguapeí – SP junto às confluências dos córregos Lajeado, Ribeirão Iacri e Ribeirão Tibiriçá”. O projeto foi financiado pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos para realizar a caracterização atual da qualidade das águas do rio Aguapei e de alguns de seus afluentes. Dessa maneira, a geração de informações sobre a qualidade das águas é indispensável para processos decisórios, tanto do ponto de vista dos usuários como dos governantes, no direcionamento de políticas públicas. Com base nas informações obtidas pelo projeto, se concluiu que as águas do rio Aguapeí e de seus afluentes apresentam boa qualidade, mas são submetidas a fontes de poluição difusa, e que, eventualmente, alteram suas características.

Da mesma forma, a APTA Regional de Pindorama realiza o monitoramento quali-quantitativo das águas do Polo, situado na Microbacia Hidrográfica do Córrego da Olaria, que pertence à sub-bacia hidrográfica do Rio São Domingos e à Bacia dos rios Turvo e Grande. No ano de 2013, iniciou-se . . . . . . o monitoramento de qualidade de água, sendo analisados mensalmente, em pontos de nascentes e foz da microbacia, diversos parâmetros físico-químicos. Nos trabalhos realizados no período de 2013 a 2018, as análises dos diferentes parâmetros foram relacionados com o uso e ocupação do solo na microbacia. Os resultados indicaram que o uso e manejo do solo nas vertentes influenciou diretamente na qualidade do recurso hídrico. O monitoramento da vazão e da qualidade da água na microbacia originou uma série histórica com os resultados obtidos, gerando um banco de dados que irá contribuir para o estudo hídrico da mesma, considerando os diferentes usos e manejo do solo e da água. Pesquisas e estudos como estes são ferramentas que podem subsidiar a avaliação da qualidade e quantidade da água em outras microbacias hidrográficas, gerando perspectivas para o controle e manejo do solo e da água para usos múltiplos.

Na APTA Regional de Assis, um projeto vem sendo desenvolvido para gerar um diagnóstico detalhado do meio físico da área experimental, visando a elaboração do planejamento de uma fazenda modelo de ocupação sustentável, onde as tecnologias conservacionistas possam ser aplicadas transformando a área numa referência de preservação de recursos naturais, e principalmente de recursos hídricos. Já a APTA Regional de Pariquera-Açu mantém pesquisa sobre manejo da cobertura do solo que avaliou, entre outras coisas, os impactos das adubações em bananeira na qualidade da água do Rio Ribeira de Iguape.

Por sua vez, o Instituto Agronômico (IAC-APTA), realiza no Centro de Engenharia e Automação, em Jundiaí, estudos sobre o impacto das atividades antrópicas, como a agricultura, sobre o ambiente e os recursos hídricos. Um dos pesquisadores do Centro, Afonso Peche Filho, participa, nos dias 22 e 23 de março, de evento sobre o tema, organizado pela Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), da Secretaria (confira aqui).

Água para criar e para beber

Apesar de essencial em todas as atividades agrícolas, é difícil pensar em uma mais diretamente relacionada à água que a pesca e a aquicultura. O Instituto de Pesca (IP-APTA) se destaca nas pesquisas com foco na manutenção dos recursos hídricos e na produção mais sustentável de organismos aquáticos. Um dos trabalhos do Instituto utiliza a tecnologia de Ilhas Flutuantes Artificiais (IFAs) colonizadas com espécies específicas de plantas aquáticas como tecnologia alternativa de tratamento de efluentes. O processo está sendo testado em sistema de produção semi-intensiva de tilápia-do-nilo, que gera, assim como outras atividades aquícolas, grandes quantidades de matéria orgânica vindas de restos de ração e da excreção dos peixes. Espera-se que, além de eficiente na remoção dos nutrientes excedentes, a tecnologia seja de baixo custo e requeira menor área de implantação, sendo aplicável às pequenas propriedades.

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